Novembro azul: tudo sobre o tratamento do câncer de próstata

Urologista explica sobre a importância do exame para que as chances de cura sejam maiores

Imagem: Canva

Novembro é o mês de conscientização e prevenção ao câncer de próstata, o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, ficando apenas atrás do câncer de pele, e que representa 28,6% da causa de óbitos na população masculina, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). A cada 38 minutos, um homem morre de câncer de próstata no Brasil e estima-se que cerca de 65.840 homens são diagnosticados com a doença por ano.

O movimento “Novembro Azul” começou na Austrália em 2003 com o nome de “Movember”. Ele foi iniciado por um grupo de homens que usavam bigodes para conscientizar as pessoas sobre o câncer de próstata. No Brasil, a campanha foi iniciada em 2004 pelo Instituto Lado a Lado com a Vida e pela Associação Brasileira de Urologia ambos com o mesmo objetivo do “Movember”, conscientizar os homens sobre a importância do exame de toque retal, que possibilita identificar sinais de doenças na próstata.

Fabiano Queiroz, urologista da Clínica Vida e Saúde, conversou conosco sobre o tema e ressaltou que o diagnóstico da doença não é sentença de morte, mas deve ser feito o mais cedo possível para que as chances de cura sejam maiores: “se for prevenida precocemente, com seu diagnostico, as chances de cura são mais de 90%”.

Quanto a idade com que o exame deve começar a ser realizado, o urologista explica que deve ser feito a partir dos cinquenta anos de idade em pessoas que não possuam histórico de câncer de próstata na família, caso contrário, a idade dos exames anuais deverá ser reduzida. Além disso, esse câncer é muito raro de acontecer fora dessa faixa etária e, por isso, não é necessário fazer exames anuais antes disso. “Se por acaso você não tiver esses fatores de risco, cinquenta anos, se houver, cai para quarenta e cinco anos.”

 

Imagem: Carlos Pereira

O Dr. Fabiano alerta para o fato de o câncer de próstata ser, na maioria das vezes, assintomático, o que pode ser muito perigoso, pois o diagnostico tardio da doença diminui as chances de cura.

“Quando o câncer de próstata especificamente venha a dar sintomas, ele já está em uma fase mais avançada. Então ele já tem uma obstrução no canal da uretra, já impede o paciente de urinar, causa sangramento e infecções…”

Para confirmar o diagnóstico do câncer de próstata os pacientes devem realizar em conjunto, o exame de toque e ultrassonografias, além de exames de sangue para medir se há um aumento nos níveis do antígeno prostático específico (PSA), uma proteína produzida pela próstata que, em níveis elevados, pode indicar um possível câncer. Os níveis de PSA variam de acordo com a idade do paciente e podem aumentar, também, em decorrência de outros motivos sem ser o câncer.

“Pode aumentar em caso de infecção, pode aumentar em uma próstata crescida benignamente, mas especificamente em câncer de próstata. Então, ele é chamado de marcador oncológico. Quando o PSA está aumentado, acenda uma luz”, esclarece o Dr. Fabiano.

A hiperplasia prostática benigna (BPH) é um aumento benigno da próstata que pode causar dificuldade para urinar. O urologista aponta que a próstata pode aumentar a partir dos trinta anos, fazendo com que os homens tenham mais dificuldade para urinar e sentir que precisam urinar com mais frequência e urgência.

Por esse motivo, ele reforça que o exame do PSA deve estar associado ao exame de toque, que ainda é alvo de bastante estigma e preconceito na sociedade, mas é indispensável para o diagnóstico correto da doença: “quando a gente associa os dois, toque retal mais o PSA, o índice de especificidade aumenta. Chega a quase noventa por cento.”

O doutor ainda afirma que, o tratamento do câncer de próstata pode variar de acordo com a saúde do paciente e também o estágio da doença, sendo os tratamentos mais comuns a prostatectomia radical, que é a retirada de toda a glândula prostática e as duas vesículas seminais, bem como todos os tecidos adjacentes afetados pelo tumor e pode ser feita de formas mais ou menos invasivas.

“Essa cirurgia, hoje em dia, pode ser feita de três maneiras. Ou aberta, ou videolaparoscopia, ou, mais modernamente, a cirurgia robótica”, disse.

Em pacientes com complicações de saúde, como problemas cardiovasculares e diabetes, ou em estágios menos avançados da doença, o tratamento mais recomendado é a radioterapia, que pode trazer resultados tão favoráveis quanto a cirurgia, mas cada caso deverá ser avaliado por um médico especializado.

 

Fique atento aos seguintes sintomas:

  • Vontade frequente de urinar;
  • Fluxo urinário diminuído ou interrompido;
  • Disfunção erétil;
  • Sangue ao urinar ou no sêmen;
  • Dores no corpo (possível sinal de que a doença se espalhou pelo corpo);
  • Fraqueza ou dormência nas pernas ou pés.

 

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