Nutricionista explica sobre a importância de trazer a contagem de carboidratos para a vida do paciente diabético
imagem: Carlos Pereira
O crescimento no número de casos de diabetes no Brasil é alarmante. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), no país, o número de casos aumentou em 61,8% entre os anos de 2008 e 2018. Atualmente, o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking de países com o maior número de diabéticos do mundo, segundo dados do International Diabetes Federation (IDF). Enquanto isso, números da Sociedade Brasileira de Diabetes (SDB), estimam que 13 milhões de brasileiros têm a doença e que cerca de metade deles não sabem que são portadores.
A nutricionista Júlia Vilas Bôas, especialista em diabetes, descobriu que tinha a doença ainda na infância. Ela conta que decidiu se especializar na doença quando percebeu que não existiam muitos médicos especialistas em diabetes no Brasil.
Nas palavras da nutricionista, diabetes pode ser definida como “uma doença metabólica em que o pâncreas não funciona de forma correta. Ou ele pode parar realmente de funcionar ou ele funciona de uma forma mais lenta, produzindo pouca insulina.”
A insulina é um hormônio responsável por regular os níveis de glicose no sangue. Quando ocorre a hiperglicemia (pouca quantidade de insulina circulante no sangue), podem ser apresentados sintomas como cansaço, tontura, sede intensa, constante vontade de urinar e dores de cabeça. Na diabetes causada por problemas no pâncreas, causando pouca produção de insulina, as altas taxas de glicose podem levar a complicações no coração e nas artérias, assim como nos nervos e rins e, em casos mais graves, a doença pode levar à morte.
A diabetes depende de alguns fatores para acontecer. O principal deles é o fator genético, mas a qualidade de vida também tem uma grande influência no desenvolvimento da doença. “A pessoa é obesa, não se alimenta de forma saudável leva, uma vida sedentária. Tudo isso pode desencadear, ou não, a doença”, esclarece a nutricionista.
A doença se apresenta em três principais tipos: diabetes tipo 1, a diabetes tipo 2 e a diabetes gestacional. A mais comum é a diabetes tipo 2 que, de acordo com Júlia, são 90% dos casos existentes. Esse tipo de diabetes é caracterizado pela produção insuficiente de insulina pelo pâncreas, ou quando o organismo não consegue utilizar a insulina produzida de forma eficaz. No geral, o tratamento para a diabetes tipo 2 é feito com comprimidos antidiabéticos e raramente com insulina injetável.
A diabetes gestacional é um processo que ocorre apenas durante o período da gravidez, quando a mulher passa a ter uma resistência à insulina temporária por conta das alterações hormonais provocadas pela própria gestação. O tratamento para a diabetes gestacional é, no geral, feito com aplicações de insulina por tempo determinado.
“Ela [gestante] pode tanto ficar diabética, como pode não ter mais. É o que acontece na maioria dos casos, quando a mulher deixa de ser gestante, ela deixa de ser diabética, mas pode continuar se tiver outras predisposições”, explicou a especialista.
Já a diabetes tipo 1 é a de caráter mais hereditário das três. Ela ocorre, normalmente, na infância e na adolescência quando o sistema imunológico ataca as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. Nesses casos, é comum que o tratamento seja feito com injeções de insulina, além do monitoramento constante da glicemia
Imagem: Canva
Exercícios físicos regulares associados a uma boa alimentação são de extrema importância para todos os diabéticos, não só para a regulação dos níveis de glicose no sangue, mas para prevenir as complicações mais severas da diabetes.
Segundo Júlia, “todos os alimentos têm carboidratos e 100% dos carboidratos viram açúcar”. E, por esse motivo, uma alimentação com quantidades reguladas de carboidratos pode elevar a qualidade de vida de pessoas com diabetes.
A nutricionista, Júlia Vilas Bôas atende na Clínica Vida e Saúde e promove a contagem de carboidratos, um tratamento muito eficaz no combate à diabetes pois tem a finalidade de manter os níveis glicêmicos equilibrados através da contagem dos gramas de carboidratos por alimentos.
“Meu objetivo é justamente trazer a contagem de carboidratos para a vida do paciente diabético. Eu vou ensinar a ele como contar os carboidratos, como escolher de forma adequada os carboidratos. E assim ele tem uma vida com mais liberdade”, explica.
Com o controle de carboidratos, além da maior autonomia do paciente em questão de escolher os alimentos que poderá consumir, mantendo os níveis glicêmicos regulados, também é possível, para alguns pacientes, que possa haver uma diminuição a necessidade do uso da medicação para diabetes.
A ideia de contar cada carboidrato consumido no dia pode parecer uma tarefa complicada e até inviável, mas com acompanhamento médico e a elaboração conjunta de um plano de alimentação, é possível tornar isso um habito na vida do paciente e, após se tornar um hábito, “é igual a escovar os dentes”, afirma Júlia.
Nós acompanhe nas outras redes: